23/06/2016
Esse cenário é comum entre as empresas que investem uma grande quantia em dinheiro em programas de treinamento. Segundo a Associação de Treinamento, a ABTD, em média, as empresas com mais de 500 funcionários, gastam 1.385.819 reais com treinamento e desenvolvimento, resultando em 11% da folha de pagamento. Porém, nem toda empresa tem o costume de reaver os gastos para saber se o investimento valeu a pena, e portanto, nem sempre as empresas sabem se conseguiram o retorno esperado. “Só 8% das empresas brasileiras que mais empregam calculam o retorno sobre o investimento feito em treinamentos. Globalmente, esse percentual é de 28%”, afirma AléssioTanganelli, diretor para Itália, Espanha e Brasil do Top Employers Institute, instituição holandesa voltada para as condições criadas por gestores a seus funcionários. Tanganelli ainda diz que em relação a absorção do conhecimento passado durante esses treinamentos, apenas 23% é retido pelo colaborador a longo prazo, enquanto a taxa mundial gira em torno de 40%. E mais uma vez, nem sempre as empresas estão cientes disso.
Diante desse cenário, a Elanco mudou a forma de trabalhar com os seus colaboradores. “O cérebro pode ouvir alguém falar por 90 minutos, mas só vai absorver 20 minutos da conversa. Se o professor quiser que o aluno se envolva no conteúdo, precisa reconquistá-lo a cada oito minutos”, explica Juliana Pescara, responsável pelo treinamento e desenvolvimento da empresa. Em uma viagem que fez para os Estados Unidos para aprender diversos meios de capacitar pessoas, Juliana se deparou com o conceito de andragogia, pedagogia voltada para adultos. “Essa modalidade foi escolhida para melhorar a retenção de conteúdo por parte dos empregados e aumentar a eficácia de sua implantação no dia a dia”, diz. As aulas aplicadas para os funcionários envolvem os sentidos a partir de materiais como bexigas, massinhas, música, vídeos e brincadeiras para quebrar o gelo inicial entre a turma.
Com essa nova forma de ensinamento aprendida, a Elanco também colocou em prática outro conceito visto nos Estados Unidos: a técnica dos quatro “is”: involve (envolver), in put (entrar), implementar e integrar. A técnica também consiste em respeitar o tempo de concentração e interesse do nosso cérebro, portando, durante os 90 minutos (tempo máximo que conseguimos ficar sentados para prestar atenção), por 20 minutos recebemos um in put de informações e a cada 8 minutos o educador envolve o colaborador implementando algo ao grupo ou o integrando. As novas práticas foram trazidas em 2013 para as unidades de América Latina, e atualmente já são aplicadas com os 7 mil funcionários da Elanco pelo mundo. Dois dos resultados alcançados foram a redução pela metade do tempo para fechar um novo negócio e a melhoria no engajamento entre as equipes e gestores.
O uso de treinamentos práticos com os colaboradores tende a crescer cada vez mais e se consolidar nos próximos anos. Afinal, de nada adianta passar a teoria se ela não for colocada em prática, ou se os funcionários não se sentirem preparados na hora necessária. Com tantos recursos para ativar e engajar o que sua empresa busca de deus profissionais, basta apenas saber qual é o melhor caminho para desenvolver o treinamento mais adequado e ainda ter o retorno lucrativo esperado. A Elanco saiu do óbvio, que não estava trazendo resultados positivos e encontrou um novo mundo na andragogia para mudar esse cenário e implementar o que já era uma preocupação da companhia. E para a sua empresa, qual é o melhor tipo de treinamento ou campanha de incentivo?