19/01/2016
Altos salários sempre foram o principal artifício utilizado pelas empresas para atrair e manter bons profissionais. Quando a remuneração deixou de ser o único item avaliado pelas pessoas, as organizações passaram a oferecer uma série de benefícios adicionais, como auxílio em despesas médicas, creche para os filhos dos funcionários e subsídios em cursos de capacitação e qualificação, para citar os exemplos mais comuns.
Hoje, no entanto, quem está no mercado quer mais do que simplesmente ganhar mais. É por isso que os gestores estão cada vez mais atentos ao chamado “salário emocional”.Ao contrário de um salário comum, ele não é representado por uma cifra e nem está registrado em carteira. Trata-se, na verdade, de um conjunto de fatores emocionais e motivacionais que fazem com que as pessoas queiram permanecer em uma empresa. Por ser algo subjetivo, que varia de acordo com cada ambiente ou tipo de profissional, sua “composição” acaba sendo diferenciada. Ou seja, o ambiente de trabalho, a disposição dos superiores em ensinar seus subordinados, bem como a capacidade do gestor em desenvolver seus funcionários enquanto profissionais.
Uma pesquisa realizada pela consultoria Kienbaum, empresa de Recursos Humanos, apontou que o item mais importante para o profissional se sentir bem e motivado em uma organização está relacionado ao progresso na carreira, ao aprendizado e ao desenvolvimento. A natureza das atividades, um ambiente de trabalho desafiador e o conteúdo enriquecedor da função também são levados muito em conta. A remuneração apareceu só na quarta posição.
O resultado desta pesquisa é um fato muito fácil de se observar atualmente: quando a organização dá suporte para que o profissional se desenvolva pessoal e profissionalmente, cria-se um processo de reconhecimento afetivo que aumenta as chances dele “vestir a camisa” da empresa.
Além disso, devemos pensar a motivação de colaboradores como um fator psicológico e social: a primeira compreensão é identificar que o salário financeiro é sim um fator importante, mas o padrão de vida das pessoas sempre irá se adequar aos valores por mais altos que eles sejam, isto é, após determinado tempo, o valor monetário do salário não é mais percebido como um ganho ou um deleite, mas sim, como um aporte corriqueiro, que serve para pagar contas e outras atividades triviais.
Programas de premiação são ações bastante utilizadas para preencher essa lacuna motivacional do salário financeiro, pois prêmios geram experiências emocionais e de memória futura. Outros benefícios como programas de desenvolvimento de carreira, bons ambientes de trabalho, ações voltadas a qualidade de vida e atividades de lazer estendidas à família entram nesse conjunto de estratégias. Essas ações melhoram o clima dentro da empresa e a produtividade vai a níveis maiores.
O gestor moderno deve estar atento a esse fator dentro das organizações, pois cabe principalmente a ele conduzir o processo de crescimento do salárioemocional da sua equipe, por meio de reconhecimento e desenvolvimento profissional, o que irá resultar em um clima organizacional positivo. É imprescindível que ele se capacite cada vez mais na área de gestão de pessoas e coaching para tornar esse processo de desenvolvimento realmente concreto e eficaz, investindo em ações de retenção e incentivo, como criar possibilidades reais de progresso e campanhas motivacionais.
É importante ressaltar que este tipo de prática gera confiança e bem-estar entre trabalhadores, traduzindo-se num aumento de produtividade a longo prazo. Ser consciente da importância deste modelo para o colaborador leva à criação de laços de compromisso com a organização, graças às medidas de reconhecimento que contemplam a sua dimensão humana.