Entrevista: psicóloga Maria Inês Felippe explica como avaliar potencial e competências nas empresas

A professora Maria Inês Felippe vem se destacando nos últimos anos no mundo dos Recursos Humanos com livros e palestras que ressaltam o papel motivacional para despertar a criatividade e produtividade de profissionais no ambiente corporativo.

Graduada em psicologia, com pós-graduação em Administração de Recursos Humanos e Mestra em Criatividade e Inovação Aplicada pela Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha, o mais recente trabalho de Maria Inês é o livro “Como Analisar Potencial e Competências”.

Nesta entrevista para a WLC, a especialista fala sobre os principais pontos que as empresas têm que levar em conta para identificar, desenvolver e reter profissionais talentosos em suas equipes.

Um dos maiores desafios das empresas hoje é encontrar e, sobretudo, reter profissionais talentosos. O que se deve ter em mente ao investir em seleção e retenção?

Um dos maiores desafios continua sendo a atração de mão de obra qualificada, portanto as empresas devem cuidar melhor da sua porta de entrada, fazendo um processo seletivo mais profissionalizado, mesmo tendo poucos candidatos. Um processo seletivo profissional, além de atrair melhores profissionais, ajuda também na retenção, pois o colaborador sabe que para entrar naquela empresa não é tão fácil. Quando se está numa empresa exigente, é natural que ele dê mais valor à cadeira que ocupa. Então, é importante estabelecer um processo seletivo com avaliações mais cuidadosas. Quando isso não acontece, um dos efeitos é o aumento da rotatividade.

Seu livro detalha algumas metodologias que ajudam a avaliar e potencializar a capacidade profissional dos colaboradores. Quais são os princípios básicos para fazer com que esse sistema funcione?

O meu livro “Como avaliar Potencial e Competências” tem como objetivo ensinar as pessoas a avaliar melhor os candidatos tendo como base a chamada Entrevista por Competência e Avaliação Comportamental durante um processo seletivo interno ou externo. Uma avaliação bem feita favorece a empresa perceber os gaps do candidato e assim apresentar um plano de desenvolvimento das competências que estão faltando neste candidato. Portanto é uma metodologia para atrair e reter talentos através do treinamento e desenvolvimento dessas competências.

Profissionais criativos, ou que pensam “fora da caixa”, às vezes têm dificuldade de adaptação em determinadas culturas corporativas. Como as empresas devem abordar a questão da inteligência emocional para valorizar seus talentos?

Pensar fora da caixinha é a possibilidade de criar e buscar respostas para velhos problemas. Empresa que não cria, não inova, certamente sairá do mercado a curto prazo, pois isso faz parte do processo de sobrevivência. Portanto, criatividade e capacidade de inovar são competências muito procuradas pelas melhores empresas nos candidatos. É claro que ainda encontramos empresas que resistem a inovar, mas certamente elas terão vida curta. A inteligência emocional é outra competência importante. É a capacidade de lidar com a ambiguidade e com a frustração. Somente quem tem consciência das suas emoções consegue viver bem no mundo corporativo.

De que maneira as companhias podem trabalhar a motivação no ambiente profissional no dia a dia? As ações de premiação e reconhecimento são positivas? O que elas devem ter como prioridade?

Todos os estímulos motivacionais são importantes, tanto os salariais quanto os emocionais. Agora, nos programas de liderança que tenho tratado nas empresas, percebemos que a relação líder e liderado é um grande fator relacionado à motivação. As pessoas precisam se sentir respeitadas, reconhecidas e desafiadas no ambiente de trabalho.

Que tipo de lideranças as empresas do futuro estão buscando, em sua opinião?

A liderança cada vez mais tem o objetivo de buscar resultados através das pessoas e isso somente ocorrerá através de uma gestão mais qualificada dos lideres. Pelo menos é o que tenho feito nas empresas, levando ferramentas integradas para buscar resultados por meios das relações humanas e fatores motivacionais.

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