02/06/2016
Em uma entrevista, o consultor organizacional e sócio-diretor da Mosaico Excelência em Liderança, Alberto Ruggiero, contou que muitas vezes essa dificuldade de entrosamento acontece pela falta de uma vivência de integração com as pessoas com as quais o colaborador vai trabalhar diretamente e com os demais funcionários da organização. Muitas empresas acreditam que uma breve conversa na hora de contratar é o suficiente para dar as boas-vindas aos novatos e fazer com que ele se sinta à vontade em uma posição que também é nova para ele. Porém, Ruggiero cita que dar atenção a esse tipo de trabalho interno motiva e faz com que o funcionário se sinta parte da equipe. E além disso, essas situações são oportunidades para apresentar a empresa tanto de forma corporativa, quanto sobre a cultura que ali é vivenciada. Segundo o consultor, esses processos de integração deveriam ser frequentes e adotados toda vez que a empresa fosse realizar uma mudança que interferisse no DNA da mesma, e não só quando há gente nova circulando.
Dar as boas-vindas, ou melhor, aproximar o recém contratado à dinâmica da empresa é uma tarefa que pode ser implementada pela equipe de Recursos Humanos. Afinal, ao entrar e ao sair de uma companhia, é com eles que cada funcionário também precisa conversar. Além disso, o RH fala com todas as áreas, podendo assim, fazer esse programa de integração com mais coerência para realmente atingir a todos.
Alberto Ruggiero segue dizendo que independentemente do porte ou segmento de uma empresa, é importante que esse investimento aconteça. Na hora da contratação tudo pode sair muito bem, mas é no dia a dia que a empresa vai se mostrar de verdade. E também é dentro do ambiente de trabalho que o colaborador vai atuar de forma assertiva e sentir a política de convivência e cultura da companhia. Esperar para que o recém contatado perceba sozinho o tipo de empresa em que está e se integre, pode ser tarde demais. Por isso a importância de mostrar aos colaboradores como as coisas de fato funcionam. Profissionais bem preparados, informados e seguros estão mais sujeitos a passarem por essa primeira fase de “reconhecimento do local” mais rápido, trazendo assim, benefícios para ele e organização. Portanto, é importante que também haja boa vontade de quem já está do lado de dentro há mais tempo. Pular essa parte, ou fazer de qualquer jeito, e querer que o funcionário já mostre serviço no primeiro segundo, pode futuramente ocasionar um resultado negativo.
Muitas vezes, pessoas acabam se desligando da empresa por não se sentirem parte e adaptadas a ela; e algumas vezes isso acontece por não ter passado por um momento de inclusão. Por isso, alinhar previamente o tipo de perfil pessoal que o seu negócio quer ter como colaborador junto às qualidades corporativas, também é um atalho para evitar futuras demissões. “Muitas empresas se esquecem de efetuar um alinhamento entre os valores dela com os valores do candidato ou do recém-contratado. Não é porque um determinado candidato possui os requisitos técnicos e comportamentais para determinada função que ele obterá sucesso. Se não tiver alinhamento com os valores organizacionais, será um problema que a empresa terá que enfrentar.”, diz Alberto.
Portanto, receber um novo colaborador não é só contratar e desejar um bom dia de trabalho. É necessário e importante que ambas as partes se conheçam. Algumas outras formas de apresentar a empresa e integrar os profissionais são: dar informações por meio de conversas com gestores de diversas áreas, conhecer o ambiente de trabalho e demais colaboradores, vídeos institucionais, questões de segurança, conhecimento do processo produtivo. Todos os caminhos citados podem compor um guia para a adaptação ao funcionamento de uma organização.
O consultor Alberto Ruggiero finaliza contando que não existe um processo de integração padrão. Cada empresa precisa, dentro de sua essência, descobrir a melhor forma de se apresentar e envolver os novos funcionários. Ele ainda completa dizendo que uma forma eficaz de descobrir se o seu processo de inclusão funciona, é perguntar, caso sua empresa trabalhe com conversas de desligamento – tarefa que pode ser adequada a rotina do RH, aos funcionários já afastados ou que pretendem sair de sua empresa, e a partir disso, se adaptar ao cenário encontrado.