10/03/2016
Mudar de emprego, mudar o rumo da carreira ou até mudar de profissão não são tarefas fáceis. Existem diversas razões para se tentar alguma dessas mudanças, mas muitos profissionais têm medo de entrar em um novo desafio e não obter os resultados esperados.
Mesmo assim, uma parcela significativa de executivos que trabalham nas áreas de contabilidade e finanças, que segundo levantamento da revista exame são as áreas que concentram as oportunidades mais promissoras de emprego para este ano, avalia a possibilidade de trocar de empresa nos próximos 12 meses.
A constatação é de uma pesquisa realizada pela Hays com 500 executivos em toda América Latina. Entre os brasileiros, metade deles disseram estudar uma mudança de emprego no período da pesquisa.
E por que estes profissionais querem mudar? Um dos principais motivos é a desmotivação. Na crise, geralmente há uma diminuição no quadro de funcionários, o que resulta em uma sobrecarga de trabalho para os outros colaboradores, levando ainda mais estresse e desmotivação por parte daqueles que são fundamentais para a empresa no que se refere a superação da crise.
Olhar com cuidado para cada ação a ser realizada com cada colaborador é fundamental, pois, um empregado que não tem motivação, pode se tornar uma “bola de neve” e derrubar a moral de todos os outros colaboradores. Conversas paralelas e reclamações entre as áreas internas e externas da empresa pode transformar completamente o clima organizacional, o que certamente influenciará na produção e na qualidade das atividades da empresa. Por isso, é necessário que os gestores das empresas sejam criativos e avaliem caminhos para gerar motivação entre os colaboradores.
É preciso saber lidar e criar ações para estimular a permanência de profissionais nas empresas. Um primeiro ponto é o estímulo à proatividade, à utilização de toda a capacidade dos profissionais no trabalho. Eles precisam sentir que sua opinião será válida para a empresa.
Além disso, é necessário valorizar os talentos, elaborando planos de remuneração diferenciados, planos de carreira adequados, um ambiente de trabalho confortável, e sobretudo reconhecimento pelos esforços e recompensas pelos resultados. Campanhas de incentivo e ações de bem estar são excelentes estratégias.
Por parte do funcionário, mesmo que a insatisfação com o emprego atual esteja em altos índices, é necessário avaliar a possibilidade de trocar de trabalho de uma maneira bem cuidadosa. E essa avaliação deve ser feita pelo lado positivo de continuar no seu atual posto. Esse é o conselho de Mauricio Sampaio, presidente do IMS Coaching de Carreira, em entrevista para o portal Vagas.com. Para ele, em meio à crise, não é hora de mudar de emprego. “Corre-se o risco do profissional ficar paralisado no novo ambiente de trabalho, já que boa parte das empresas está se reestruturando para enfrentar esse período de incertezas”, afirma.
Sampaio diz que o momento é de cautela e sugere que os profissionais sejam mais conservadores e busquem soluções para a melhora da satisfação com o trabalho internamente em suas companhias. “Claro que não é possível viver insatisfeito, por isso, uma auto avaliação da carreira se faz necessária. Saber gerenciar momentos de crise e colocar isso à disposição da empresa pode ser decisivo para tornar o dia a dia mais interessante e motivador”, explica.