12/06/2014
Um estudo da Robert Half, empresa de recrutamento, aponta que 52% dos diretores de recursos humanos acreditam que o período da Copa trará impacto positivo na motivação e disposição dos colaboradores. Aproveitando este período no qual se infla a paixão pelo futebol e pela seleção brasileira, muitas empresas no Brasil estão utilizando técnicas e ações para motivar e integrar equipes de trabalho. Um exemplo muito interessante deste tipo de iniciativa foi o caso de uma multinacional de automóveis que resolveu transformar uma conferência sobre assuntos internos em uma descontraída dinâmica com um “toque” bem brasileiro.
Há alguns meses antes da copa a empresa reuniu centenas de colaboradores num evento em São Paulo. Após várias horas de palestras, os funcionários foram pegos de surpresa por um grupo de samba liderado pelo sambista e palestrante, mestre Adamastor. A ação, segundo ele, não se resumiu apenas a diversão, a ideia foi promover uma mudança no comportamento através da emoção e da alegria. “A atividade não foi festa por festa, mas a transmissão de uma mensagem de superação e esforço sem perder a alegria. É preciso fortalecer a motivação para conseguir alcançar bons resultados”, explica Adamastor em entrevista após a ação para a agência EFE.
Na dinâmica, os trabalhadores tiveram que assumir o desafio de formar uma escola de samba em apenas 10 minutos. Divididos em grupos de cinco, os trabalhadores tiveram que aprender a tocar em tempo recorde um instrumento, seguindo as diretrizes dos músicos e do “mestre”. “O objetivo foi fazer com que eles consigam se superar. Às vezes, as metas são mais agressivas e podem gerar insegurança. Tudo é possível, inclusive montar uma escola de samba em 10 minutos”, concluiu Adamastor.
Promovendo Atletas Corporativos
Outra iniciativa muito interessante nesse sentido aconteceu em 2006 por meio de uma campanha de incentivo da empresa Siemens, cuja ideia foi fantasiar a participação dos colaboradores na Copa do Mundo. Pensando na mania de álbuns e troca de figurinhas durante esse período, a empresa teve uma iniciativa muito criativa: criar o seu próprio álbum. A diferença foi que os protagonistas da brincadeira não foram atletas de futebol e sim os “atletas corporativos”. Ao invés de jogadores famosos da época como Ronaldo, Zidane ou Klose estampando as figurinhas, o álbum contou com os 99 funcionários da equipe de vendas da empresa. A ideia foi gerar um entrosamento entre a equipe e fazer com que todos se sentissem verdadeiramente parte de um time.
O futebol também entrou nas premiações e foram até criadas categorias para os tipos de funcionários. A “Artilheiros”, por exemplo, foi exclusiva para os vendedores, que ganharam carros. Já a dos “Melhores Técnicos” foi para os supervisores de vendas, que ganharam viagens, e a “Jogador Revelação” premiou funcionários das áreas de Administração, Engenharia e Suporte.
Tipos de ações como essas, sejam elas pequenas como simplesmente liberar o funcionário mais cedo para assistir os jogos em casa, ou grandes como as mencionadas anteriormente, se estendem a diversos setores e empresas. Caso, por exemplo, da TAM que distribuiu camisas comemorativas para os 28 mil funcionários e adicionou acessórios nas cores da bandeira aos uniformes das aeromoças. Ou como o caso da Varejista Colombo que terá estratégias de motivação distintas para cada área da empresa. A equipe administrativa será dispensada nos dias dos jogos e a de televendas e cobrança, que terão que atender à demanda dos clientes, desfrutarão de uma infraestrutura digna de arquibancada, com telões, decoração especial e muita pipoca.
Esses são casos para demonstrar que, independentemente do tipo de jornada de trabalho ou rotina da empresa, há diversas estratégias para aproveitar esse espírito de Copa motivando os colaboradores e unindo equipes, seja com campanhas de incentivo ou simplesmente com pequenas ações de motivação e integração.